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Insper Agro Global leva debate sobre agricultura tropical sustentável para a COP30

19/11/25

Geopolítica | Meio Ambiente | Baixo Carbono | Imagem e Comunicação | Segurança Alimentar

Insper Agro Global leva debate sobre agricultura tropical sustentável para a COP30

Marcos Jank e Gabriela Mota da Cruz participaram de painéis sobre clima, segurança alimentar e práticas regenerativas na conferência realizada em Belém

O Insper Agro Global marcou presença ativa na COP30 — que acontece em Belém até 21 de novembro — por meio de seus pesquisadores. O Coordenador do Núcleo, Marcos Jank e pesquisadora Gabriela Mota da Cruz atuaram como palestrantes em diversos eventos organizados por entidades, governos e empresas nas diferentes zonas da conferência climática — BlueZone, GreenZone e AgriZone —, levando o debate sobre agricultura tropical sustentável para o centro das discussões globais sobre clima.

Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global, participou de painéis de alto nível que abordaram desde instrumentos financeiros para a transição nos trópicos até soluções de baixo carbono para o fortalecimento da segurança alimentar. Um dos destaques foi sua presença no painel organizado pelo CEBRI (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), que discutiu como métricas globais de sustentabilidade podem representar melhor as especificidades da agricultura tropical, promovendo justiça climática e reduzindo desigualdades.

Jank também integrou o encontro promovido pela CNA/SENAR sobre mecanismos financeiros para a transição nos trópicos e participou de um café da manhã da RIAC (Rede de Inteligência em Agricultura e Clima), que reuniu representantes de centros de pesquisa e instituições do Sul Global. Durante o evento, a RIAC entregou estudos realizados com o apoio do Insper Agro Global à presidência da COP30, representada por André Corrêa do Lago, reforçando o papel estratégico da agricultura regenerativa nas políticas climáticas globais.

A atuação da RIAC é estruturada em três eixos complementares. O primeiro foca na produção científica de alto nível, com estudos baseados em dados que aprofundam o conhecimento sobre a eficácia da agricultura tropical. O segundo concentra-se em políticas públicas e influência institucional, posicionando o Brasil como protagonista na agricultura como solução climática. O terceiro está voltado às práticas de campo e inovação tecnológica, demonstrando a viabilidade de uma agricultura tropical regenerativa, produtiva e sustentável, que alia produção, tecnologia e resiliência.

A pesquisadora Gabriela Mota da Cruz participou de dois eventos que abordaram diferentes dimensões da agricultura sustentável. No painel “Construindo sistemas de saúde animal climaticamente resilientes: protegendo animais, pessoas e seus meios de subsistência” — realizado em parceria com o Ministério da Agricultura e a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) —, Gabriela apresentou uma análise que conectou passado, presente e futuro da pecuária. Destacou casos emblemáticos, como o protocolo sanitário do “Boi-China”, que levou à intensificação sustentável com significativa redução de emissões, e alertou para os riscos crescentes relacionados às mudanças climáticas, como a maior incidência de doenças ligadas a temperaturas mais quentes.

Gabriela também apresentou recomendações para enfrentar esses desafios, como o fortalecimento da vigilância sanitária e da biossegurança, a expansão de sistemas como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e a recuperação de pastagens degradadas — práticas que aumentam a produtividade, melhoram o microclima e contribuem para a ciclagem de água e a captura de carbono. No campo do financiamento, apontou limitações de programas públicos como o Plano ABC e o RenovAgro, em razão dos desafios fiscais do país, e defendeu o uso de blended finance — combinação de capital público e privado — para ampliar os investimentos em práticas sustentáveis, citando o programa EcoInvest como exemplo.

No painel da RIAC, “O papel da agricultura tropical regenerativa para a agenda climática”, discutiu-se o papel da rede na consolidação desse tema nas discussões globais sobre clima. As instituições participantes apresentaram suas agendas de pesquisa em desenvolvimento e ressaltaram o avanço da colaboração científica; além da agenda de objetivos da RIAC em 2025. Gabriela representou o Insper Agro Global no debate — realizado no Agrizone — e reforçou a importância de dados que reflitam a realidade das agriculturas tropicais, elemento indispensável para orientar políticas e investimentos. O diálogo, mediado por Daniel Parreiras (FDC), contou ainda com a participação de especialistas como Ludmila Rattis (FDC/IPAM), Talita Pinto (FGV Agro), Rodrigo Lima (Agroicone) e Eduardo Bastos (Instituto Equilíbrio).